19 junho, 2010

Mon erreur.

Existem outros. Esses outros me tem por um curto espaço de tempo. Mas não se engane, eles tem meu corpo, e só. Meu coração só a ti pertence. Tragicamente ou alegremente. Não sei se eu queria que fosse assim. Não sei se deveria ser assim, mas é. E sendo o que é, apenas uma coisa se passa no meu cérebro confusamente apaixonado: Eu preciso de você. Preciso porque amo.

12 junho, 2010

Troubles.

Enquanto minhas pernas agradeciam pela viagem ser longa e elas poderem descansar tranquilamente, e minha mente se afogava em suspiros por alguém que dava mais incertezas do que as tão sonhadas certezas, o ônibus continuava poluindo Gaia. Carros iam e vinham. Enquanto do meu lado sentava um senhor simpático sem apetite sexual voraz. O que me faz pensar em como este ser é incomum, em como alguém ainda pode ser confiável, e de certa forma, seguro. Era confortante. Tão anestesiada com meus pensamentos fiquei que adormeci. Nem senti. Acordei, estava longe de casa. Fiz força e logo consegui lembrar onde descer e voltar pra casa. Mais minutos de ônibus sempre me fazem bem. Olhando para o lado lá estava o senhor, igual como eu o tinha deixado, confortante. Como uma brisa, graças ao sono que ainda me adormecia, meu encéfalo voltou a trabalhar, ou seja, pensar nele. Dúvidas, sempre. Se ele me ama por quê se mostra indiferente? De verdade eu juro que ele sente ciúmes e que queria estar no lugar dos outros. De verdade eu juro que morro de ciúme quando uma vadia se joga nele. De verdade é profundo o jeito que ele me olha. De verdade eu posso jurar que existe aquela eletricidade entre nós. De verdade eu garanto que ele anseia pelo meu toque. De verdade eu prometo que vamos nos casar... Pena que juramentos podem ser ilusões, promessas são dívidas e garantir o que se desconhece é burrice. Sem contar que a verdade é uma droga.

Interrompendo minha batalha mental, pedi parada. Olhei pela última vez para o senhor, ele retribuiu agradavelmente com um leve sorriso nos lábios. Desci do ônibus dos sonhos e pesadelos. Desembarquei na realidade. Hora de pegar o último ônibus, mas dessa vez acordada.

26 abril, 2010

I love you, but I don't love you.

Eu te odeio. Odeio porque te amo. Odeio porque você fez eu te amar.
E se tem uma coisa que eu odeio mais do que à você é amar. Amar te confunde, te torna idiota, dependente e poderia arriscar até um certo problema respiratório. Onde já se viu suspirar tanto?
Mas eu amo amar e mais ainda, amar à você. É como se faltasse o ar, o Céu houvesse crescido, as plantas sorrissem junto com meu coração e sempre tivesse uma música de fundo, a nossa música. Às vezes fico confusa do que mais gosto em você, se é de teu sorriso ou de teu olhar, então chego a conclusão de que você é cativante por inteiro.
Viu? Acabei de bipolarizar nossa relação. É isso que o Amor faz, confunde alguém que já é naturalmente confusa. Por isso que desisti de entender ou buscar explicações, porque sei que no dia que achá-las será o dia mais triste de minha vida, naquele que teu cheiro vai fugir de mim e teu sorriso não mais dançará com meu olhar. Então, agora, só quero te amar. Mesmo que isso me destrua.

11 fevereiro, 2010

Tromperie.

Tic. Tac. Tic. Tac. Tic... Juro que tentei me concentrar no barulho do relógio e não pensar em nada mas até aquele barulhinho me lembrava ele. Tantos ponteiros, todos me encarando. Quase tenho certeza que eles podiam ler minha mente mas eu nem ligava mais, com certeza aqueles ponteiros nunca parariam de trabalhar. Já tinha se passado 1 mês. Mas parecia 1 ano. Tanto tempo sem uma palavra, sem um olhar, sem um toque... sem aquele toque. Eu tinha virado uma máquina, decorando tudo que eu lia só para tirar aqueles cabelos dourados de minha mente, minha memória fotográfica estava a mil por hora. Tentei até achar um ponto bom nisso, quem sabe assim eu não passaria fácil no vestibular? Mas essa ideia desapareceu da minha cabeça quando meu coração doeu e me lembrou que eu não posso nem pensar em passar tanto tempo sem ele. E sinceramente, apesar de tentar ser sempre forte, eu estava desmoronando. Meus olhos não aguentavam liberar água toda noite para deixar meu coração mais leve, da minha boca as palavras carinhosas não querem mais sair e no meu cérebro... está tudo confuso. Apesar de tudo ter sido tão intenso eu sabia os verdadeiros sentimentos dele por mim. Ele é um canalha arrogante mas, no último dia que estivemos juntos, esteve mais claro que nunca: Ele não é tão forte, nem tão canalha, apenas precisa de alguém... precisa de mim. Mas ao perceber sua fraqueza, ele se afastou. O que mais doeu foi quando procurei por ele e nem olhar nos meus olhos ele teve a devida coragem. Acho que senti um tom de tristeza passar entre seus lábios quando ele disse que não queria mais falar comigo, que eu fui só uma marionete para ele desabafar e que nunca mais eu o procurasse. Tudo o que sobrou foi seu cheiro e o baralho de um certo coração se partindo, logo percebi, era ao meu. Naquele dia meu coração parou e minha crença por sonhos também. Depois daquela cena, eu tinha colocado tudo no piloto automático. Claro, algumas pessoas me ajudavam a respirar: meus amigos, minha família. Mas ver aquela boca, que um dia eu estive tão perto, beijando vadias, me deixa irada. Engraçado, um dia me falaram que os sonhos sempre viram reliadade e, desde aquele dia, como uma idiota, nunca deixei de acreditar neles. Mas agora, o mundo plantou uma bela bananeira e eu não sei em que acreditar.