11 fevereiro, 2010
Tromperie.
Tic. Tac. Tic. Tac. Tic... Juro que tentei me concentrar no barulho do relógio e não pensar em nada mas até aquele barulhinho me lembrava ele. Tantos ponteiros, todos me encarando. Quase tenho certeza que eles podiam ler minha mente mas eu nem ligava mais, com certeza aqueles ponteiros nunca parariam de trabalhar. Já tinha se passado 1 mês. Mas parecia 1 ano. Tanto tempo sem uma palavra, sem um olhar, sem um toque... sem aquele toque. Eu tinha virado uma máquina, decorando tudo que eu lia só para tirar aqueles cabelos dourados de minha mente, minha memória fotográfica estava a mil por hora. Tentei até achar um ponto bom nisso, quem sabe assim eu não passaria fácil no vestibular? Mas essa ideia desapareceu da minha cabeça quando meu coração doeu e me lembrou que eu não posso nem pensar em passar tanto tempo sem ele. E sinceramente, apesar de tentar ser sempre forte, eu estava desmoronando. Meus olhos não aguentavam liberar água toda noite para deixar meu coração mais leve, da minha boca as palavras carinhosas não querem mais sair e no meu cérebro... está tudo confuso. Apesar de tudo ter sido tão intenso eu sabia os verdadeiros sentimentos dele por mim. Ele é um canalha arrogante mas, no último dia que estivemos juntos, esteve mais claro que nunca: Ele não é tão forte, nem tão canalha, apenas precisa de alguém... precisa de mim. Mas ao perceber sua fraqueza, ele se afastou. O que mais doeu foi quando procurei por ele e nem olhar nos meus olhos ele teve a devida coragem. Acho que senti um tom de tristeza passar entre seus lábios quando ele disse que não queria mais falar comigo, que eu fui só uma marionete para ele desabafar e que nunca mais eu o procurasse. Tudo o que sobrou foi seu cheiro e o baralho de um certo coração se partindo, logo percebi, era ao meu. Naquele dia meu coração parou e minha crença por sonhos também. Depois daquela cena, eu tinha colocado tudo no piloto automático. Claro, algumas pessoas me ajudavam a respirar: meus amigos, minha família. Mas ver aquela boca, que um dia eu estive tão perto, beijando vadias, me deixa irada. Engraçado, um dia me falaram que os sonhos sempre viram reliadade e, desde aquele dia, como uma idiota, nunca deixei de acreditar neles. Mas agora, o mundo plantou uma bela bananeira e eu não sei em que acreditar.
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Um comentário:
Caralho paminha, fiquei mal com o texto, não de uma maneira ruim, mas tá muito bom, de verdade.
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