12 junho, 2010

Troubles.

Enquanto minhas pernas agradeciam pela viagem ser longa e elas poderem descansar tranquilamente, e minha mente se afogava em suspiros por alguém que dava mais incertezas do que as tão sonhadas certezas, o ônibus continuava poluindo Gaia. Carros iam e vinham. Enquanto do meu lado sentava um senhor simpático sem apetite sexual voraz. O que me faz pensar em como este ser é incomum, em como alguém ainda pode ser confiável, e de certa forma, seguro. Era confortante. Tão anestesiada com meus pensamentos fiquei que adormeci. Nem senti. Acordei, estava longe de casa. Fiz força e logo consegui lembrar onde descer e voltar pra casa. Mais minutos de ônibus sempre me fazem bem. Olhando para o lado lá estava o senhor, igual como eu o tinha deixado, confortante. Como uma brisa, graças ao sono que ainda me adormecia, meu encéfalo voltou a trabalhar, ou seja, pensar nele. Dúvidas, sempre. Se ele me ama por quê se mostra indiferente? De verdade eu juro que ele sente ciúmes e que queria estar no lugar dos outros. De verdade eu juro que morro de ciúme quando uma vadia se joga nele. De verdade é profundo o jeito que ele me olha. De verdade eu posso jurar que existe aquela eletricidade entre nós. De verdade eu garanto que ele anseia pelo meu toque. De verdade eu prometo que vamos nos casar... Pena que juramentos podem ser ilusões, promessas são dívidas e garantir o que se desconhece é burrice. Sem contar que a verdade é uma droga.

Interrompendo minha batalha mental, pedi parada. Olhei pela última vez para o senhor, ele retribuiu agradavelmente com um leve sorriso nos lábios. Desci do ônibus dos sonhos e pesadelos. Desembarquei na realidade. Hora de pegar o último ônibus, mas dessa vez acordada.

Um comentário:

Ítala disse...

DORMIUU NO ONIBUS , MUAAAAAAA